Dançar para não morrer! … sobre as tentativas de desaparecer.

Dançar para não morrer! … sobre as tentativas de desaparecer.

Flavia Pinheiro

A tentativa deste ensaio falido é a de apresentar algumas questões sobre o processo de criação do meu trabalho que emerge desde o movimento como única possibilidade de ser no mundo, corporalizando a existência em performance.


A produção do ser corpo insurge no cruzamento da prática/experimentação artística em pesquisa ao instaurar o mover como anterior ao processo de subjetivação, talvez como possibilidade de liberação do poder dos dispositivos de agenciamentos do desejo. Descrevo no texto abaixo alguns enunciados de performances, que trafegam do esgotamento à vulnerabilidade em ação e apontam criações no limiar da dança e artes visuais; deslocamentos entre fotografias, videos, programas de perfomance , intervenções urbanas e instalações. 


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A relação com os objetos, sua ressonância e vibração em paralelo ao agir do próprio corpo como  anterior a linguagem, um estado de ação , são os pressupostos para a criação de corpos e devires múltiplos. A perfomance emerge como um existir outro que não sofre a imposição dos ditames do sujeito e as determinações da linguagem. Segundo o antropólogo Eduardo Viveiros de Castro,  os modos de existir  na  maneira ameríndia de perceber o corpo (e com isso a subjetividade) estão diretamente relacionados com o agir.  Ao contrário da maneira ocidental na qual o corpo já está dado, tais cosmologias o compreendem  submetido a um constante processo de fabricação. Sua natureza em metamorfose parece em estado imanente de descentralização de si, na medida em que a materialidade é o foco da  sua existência. Podemos dizer também que este corpo está sendo criado em um procedimento de constante profanar, um trazer para si (mundo ) a matéria que parece escapar, usando o termos acunhados por Giorgio Agamben.


Na perfomance Enchente(2016-2019) realizo junto a outras performers programas de açōes que trabalham a disposição entre objetos e corpos. A Enchente é a metáfora para as catástrofes humanas atuais, a indiferença e o fracasso do mundo assim como o conhecemos. Pretende recontar a história através da  ficção da materialidade das imagens e de sua transparência, utilizando material de arquivo para produzir conteúdos que problematizam e ampliam as catástrofes naturais, migratórias e econômica , com cenas das inundações na cidade do Recife e dos engenhos no interior do estado. As “corpas” se constroem  a partir de procedimentos de improvisação que envolvem restrições e obstruções de movimentos, além de jogos com regras e materiais. Em cena; as relações entre elas questionam as hierarquias e estendem possibilidades ao realizar tarefas e rotinas em repetição. Ao  trabalhar o sujeito frente ao objeto tencionamos o lugar ocupado por ambos. Quem manipula o quê? Somos manipulados pelos objetos na mesma medida em que os manipulamos? Corpos e objetos caem e sofrem a gravidade, aceleram e tombam.

Com esta pesquisa ao deslocar o objeto também manuseamos a ideia de sujeito criada pela modernidade como o marco fundamental que restringe  a experiencia corporalizada em base as leis e forças da natureza controladas por parâmetros. O tempo passível de controle e o domínio soberano do mundo e dos objetos pelos humanos entra em colapso junto com a geometrização, a sistematização, a padronização, os instrumentos de medição e a dicotomia sujeito/ objeto, homem/ natureza. O conhecimento objetivo então construído neste processo histórico determina um padrão standard conceptual e perceptual. Em Enchente, a experiencia nos acorda para um estado de consciência da duvida destas regras impostas. A leis cientificas imutáveis e rigorosas  que seguram o ser humano , não o deixam cair com a gravidade, nem submergir no abismo da incerteza , duvidar no equilibro instável ou  afundar no caos, escapam. Como inventar outra percepção de corpo que fuja desta determinação moderna ?

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Adotei como metodologia o cansaço e a fadiga, uma tática de mudança perceptual para transmutar os padrões de movimento. Inclui a utilização de tudo o que não funciona, daquilo que não serve, da repetição do erro como dispositivo catalisador. Como lembrar e corporificar memórias de fatos que não aconteceram na percepção cronológica?  Como atravessar um devir pela fissura tempo-espaço transitando a fresta entre o visível e o invisível , os abismos do corpo que falha e as impossibilidades de articular dispersões como estados ativos?


Na trilogia denominada Diafragma, realizada entre 2014 e 2017 a tríade entre a sensação, percepção e ação do músculo de mesmo nome localizado entre a cavidade torácica e a abdominal é abordada em diferentes perspectivas. Desde as geometrias euclidianas, a teoria da relatividade que demoliram o universo das certezas, criamos novas metáforas para o corpo pelos modelos matemáticos não lineares, o princípio da indeterminação, a termodinâmica de processos irreversíveis; os modelos de auto-organização e a complexidade.Como rastrear a trajetória e os percursos do movimento corporificando o ar que entra e sai das vias respiratórias, que ao realizar a troca nos alvéolos pulmonares habilita uma mudança na materialidade humana.  A reorganização dos músculos profundos e superficiais do corpo, como um outro modo de estar presente que aponta perspectivas de mundos por vir.



Em Diafragma dispositivo versão beta , a precariedade  é enunciada no formato de uma performance manifesto construída em relação aos dispositivos low tech e as tecnologias obsoletas. O diafragma é um parte de um dispositivo motor e elucida alguns princípios de Gerald Raunig, Michael de Certeau, Vilém Flusser, Gilles Deleuze.Funciona como eixe que organiza uma grande máquina que atua no tempo de forma nômade buscando (des) territorializar-se. Ao hackear o corpo em performance a interação com diferentes objetos técnicos por ora evidencia a subjeção que pode existir entre o sujeito e os aparatos obsoletos e por ora propõe linhas de fuga a essa condição.Ao abrir as caixas negras dos dispositivos revelamos possibilidades para novas formas de existências e outros usos dos objetos técnicos, apontando assim, perspectivas além do antropocentrismo instaurado. As máquinas de guerra, orgânicas, abstratas são refúgios destes agenciamentos possíveis. O corpo neste universo maquínico exacerba sua obsolescência programada ao trabalhar com a impossibilidade e com a hipótese do movimento que ao funcionar já não serve mais contrapondo a novidade imposta pela hegemonia capitalista. Os deslizamentos dos órgãos , sua resiliência e o uso de apneas respiratórias como forma de resistencia estruturam a sensação e habilitam a ação.


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A segunda parte da trilogia ; Ensaio sobre a Impermanência, se desenvolve através de uma série de imagens 3D em movimento que apontam algumas reflexões sobre realidade virtual e imaterialidade. A perfomance faz uso de uma plataforma interativa em um ambiente virtual. Mediante um software de captura da presença se produzem simulações animadas em tempo real que atuam em padrões de modelos matemáticos de acordo com o movimento.Um software de código aberto criado por Leandro Olivan especialmente para este trabalho, utiliza a plataforma Openframeworks. A digitalização do resultado da experiência traduz e materializa em imagens os  micro-movimentos invisíveis. Com os olhos fechados e entreabertos a performer busca ativar o vínculo entre o interior e exterior ao questionar as possibilidades de existência na virtualidade. Reitera a  tentativa falida de estender o tempo através da sua permanência modificando como percebemos a duração. O movimento na instalação define a imagem em um feedback continuo como postulado por Norbert Wiener. A informação é recebida através da captura do movimento que ao ser interpretada pelo sistema determina a exibição da imagens, que ao serem percebidas afetam o movimento.O resultado visual são simulações animadas de modelos matemáticos usados como uma explicação para os modelos físicos reais tais como: simulações de partículas, simulações de comportamento de bandos ou cardumes e simulações em ecossistemas baseado em vida artificial. No caso das simulações de partículas milhares de estas são afetadas pelos centros de gravidade ou repulsão. Assim, vemos como milhares de pontos espalhados por toda a projeção são atraídos e em constante movimento encontram por momentos pontos de descanso e repouso. Este procedimento propõe diferentes possibilidades de diálogo entre a virtualidade , o corpo, sua materialidade e estes estados da presença. Mistura o imaginário de realidades inventadas e possíveis através da digitalização e do código com os movimentos da performer em relação com a gravidade questionando a impermanência da matéria. 

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Em que consiste a característica que parecia definir a vida na era dos orgânicos(o que pressupõe a massificação dos não(pós) orgânicos?O ambiente técnico se converteu em uma nova natureza: a cidade, o urbano, o artificial se estenderam tornando-se o ambiente natural dos seres humanos. Portanto, pensar em circuitos eletrônicos e tecidos vivos que se conectam logicamente e intercambiam dados é hipotetizar que estes operam na mesma lógica: a da informação digital. Uma vez sentenciadas e codificadas, as moléculas vivas se tornam desnecessárias. O corpo humano que parece querer  ultrapassar os limites da matéria, busca transcender as restrições inerentes ao organismo e seus diafragmas à procura de uma essência virtualmente eterna, pós- humana. Para a terceira parte da trilogia Diafragma novas perguntas de como sentir, perceber e agir com o corpo aparecem : Seria  possível a partir desta digitalização existir sem um cérebro? Digerir sem o estômago? Mover ou dançar sem um corpo? Será que a dança esta aprisionada a mortalidade e a matéria obsoleta? Podemos diluir o corpo e a dança em feixes de bites? 

“ Como manter-se viva?” fricciona as relações de poder e hierarquia entre humanos e máquinas. Questiona como o uso das tecnologias acaba operando sobre a falta e a ausência da vida ao padronizar em rotinas os comportamentos funcionais de  humanos e robots. O que chamamos de vida e quem decidimos que vive? A interatividade e a aplicação de artefatos tecnológicos em dialogo com o corpo que dança exalta a efemeridade , a vulnerabilidade e o esgotamento da matéria humana e põe em evidencia o curto circuito dos sistemas vivos.  Em perfomance, o corpo em percursos, trajetos e coreografias  pré estabelecidas realiza rotinas ao mesmo tempo que dois robots vivos em tempo real.

O corpo humano assume que está biologicamente mal equipado para se defrontar com o novo meio ambiente: precisão, poder e velocidade da tecnologia inventadas pela “Era Cyborg”. Por outro lado, a própria natureza humana é capaz de torná-lo seu próprio arquiteto reinventando trajetórias e coreografando outros devires.. Plástico, moldável, inacabado, versátil, mudamos a configuração de hardware e do software para sobreviver. Neste contexto o uso da máscara aparece como elemento que atua sobre esta matéria torcida, fragmentada, desconexa,  perecível, que cheira, sente, transpira, baba, vomita e, com intuito de não espetacularizar a dança, se aproximar de outros ao inventar. abstrações . A idéia de hacker o corpo presente nos outros trabalhos atravessa também esta pesquisa identificando na falha dos seres a potência de existir.. O corpo obsoleto  necessita de upgrades na sociedade de controle, e  a ficção da era pós-biológica na luta para abolir as doenças, distâncias, o envelhecimento, a morte  ao mesmo tempo cerceia vidas. O futuro inventado nas imagens de ficção cientifica de libertação da materialidade orgânica com a evolução tecnológica se apresenta como utopia asséptica enquanto vivenciamos a catástrofe da nossa própria natureza que apodrece e morre. O mito de um corpo contemporâneo  que se apresenta como sistema de processamento de dados, códigos, perfis cifrados e feixes de informação, que pela  sua conectividade se reconfigura, o não peso, nem dimensão em sentido exato é dissipado pela abertura de uma fresta, uma fenda no chão ao final da perfomance “Com manter-se viva?”.


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A conexão entre a trilogia “Diafragma” e da performance  “Enchente”apresentadas anteriormente evidenciam a urgência de permanecer em movimento como um procedimento de sobrevivência. O bailarino Steve Paxton pergunta “O que é que um corpo faz para sobreviver” em seus experimentos de contato e improvisação. Aqui a questão  talvez seja como deixar-se morrer ou, como habilitamos a morte necessária para que outro mundo possa existir. O colapso da própria vida/arte e a ausência de um perspectiva de futuro do fazer/ser em dinâmica em uma conjuntura estática, monitorada, programada começa a tomar forma nesta coreopolitica.

Dançar como um agir que abre possibilidade a modos de existência desprendidos de uma certa imagem unitária centrada em torno do sujeito. Deligny defende o agir como diferente do fazer, como algo que nos aproxima de um mundo onde “o balanço da pedra e o ruído da água não são menos relevantes do que os murmúrios dos homens” (PELBART, 2013: 261). O fazer seria fruto da vontade dirigida a uma finalidade, enquanto agir é o gesto desinteressado, o movimento não representacional, sem intencionalidade, que dá lugar ao intervalo, ao tácito, à irrupção, ao extravagar, à dessubjetivação (Ibidem).


Frente a este processo de desubjetivacao surge “Antilope” de 2018. As metodologias vivenciadas apoiam a tese segundo a qual a ontogênese recapitula a filogênese, isto é, de que o desenvolvimento motor do ser humano está calcado nos estágios de evolução das espécies aquáticas e dos outros animais.O polegar opositor, a orientação vertical da cabeça organizada a partir do aparelho vestibular, os diferentes planos e o cortéx invólucro da razão como catástrofe fundamental da nossa diferenciação humanista. Antilope é uma performance parlante que aglutina uma série de experimentos com sensores , movimento e ruídos em um procedimento de transdução da informação apoiada em um animismo antiespecista. Contamos com um sensor de ondas cerebrais, um acelerômetro , dois sensores musculares capazes de identificar o eixo x e y e alguns gestos pré programados e um sensor de batimentos cardíacos que traduzem  tais informações em frequências sonoras.Fugir, escapar, sobreviver é o desafio deste Antilope. Este animal que desgarrado da manada busca encontrar sentido para sua condição humana. A pergunta sobre a sua verticalidade, sua contra-lateralidade, seus reflexos e padrões  motores  que o humanizam são os mesmos da natureza que o destroem.Onde colocamos a cabeça? Como a orientação dos olhos nos torna predadores, caçadores , destruidores e peça fundamental no neoliberalismo  que consome e habilita a cooptação de tudo.Apostar na dissonância e radicalidade de invocar o devir animal que não cessa de ser deslocar. Qual a conexão filogenética do Antílope que nos impulsiona para a nossa verticalidade humana?Como criar um curto circuito ontogênico na espécie que habilita a potência e a vitalidade no corpo, suas deformidades e alteridades. Como apostar na impossibilidade desta forma humana , na ineficiência dos seus tecidos?

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A ficção moderna do humano em desaparecimento. A coreografia deste futuro impossível  e a criação de outras narrativas e de outros corpos desemboca no processo e investigação atual em ruínas.Acredito que os trabalhos anteriores funcionam como um complexo laboratório de percepção ao abrirem a superfície do lado do avesso do corpo. O deslocamento não foi apenas cosmológico  da ficção de que o homem estava no centro, fomos também deslocados psicanalítica e zoologicamente.

Em Ruínas de um futuro em desaparecimento o colapso da civilização humana efeito de um modelo econômico inviável do ponto de vista ecológico fica evidente no desaparecimento das imagens do futuro.A ausência de uma noção de “tempo futuro” desde um fatalismo objetivo e o desejo de perpetuar a memória evoca a finitude da vida tal qual conhecemos. Aparece a crítica de um corpo colonizado que começa a escutar o chão e a terra, ouvir seus abismos, encontrar suas falhas, determinar os entulhos onde estão os corpos que a história enterrou sem serem nomeados.

A imaginação das ruínas é uma forma politica de conhecimento que ativa as fabulas do fim do mundo, o seu acelerar e as micro narrativas não lineares para alterar o estado de consciência ao experienciar o limite .O corpo como campo de batalha e lugar do fracasso.O corpo traficado, imigrante, ilegal, sujo, contaminado , imperfeito, deforme, avesso um corpo fantasma.Ultimo suspiro antes do fim do mundo como performance utópica de permanecer vivo em desequilíbrio constante depois de aberta a ferida colonial.

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Referencias 


AGAMBEN, Giorgio. Profanações. Tradução e apresentação de Selvino José Assmann. São Paulo: Boitempo, 2007.


COHEN, Bonnie Bainbridge. Sensing, feeling and action. Northampton: Contact, 1993.

HACKNEY, Peggy. Making connections: total body integration through bartenieff fundamentals. Holanda: Gordon and Breach Publishers, 1998.

HARTLEY, Linda. Wisdom of the body moving: an introduction to body-mind centering. Berkeley: North Atlantic Books, 1995.

LEPECKI, André. Exhausting dance: Performance and the Politics of Movement. New York/ London: Routledge; Taylor and Francis Group, 2006

 

MIGNOLO, Walter D. Desobediência epistêmica: a opção descolonial e o significado de identidade em política. In: Cadernos de Letras da UFF – Dossiê: Literatura, língua e identidade, n. 34, 2008.

NÖE, Alva. Action in perception. Cambridge: MIT Press, 2004.

PELBART, Peter Pál. O Avesso do Niilismo – Cartografias do Esgotamento. Cartography of Exhaustion – Nihilism inside out. Tradução de John Laudenberger. São Paulo: N-1 Edições, 2013.


VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo. A Inconstância da Alma Selvagem e Outros Ensaios de Antropologia. São Paulo: Cosac Naify, 2013.



BIO 

Flavia Pinheiro Vive e trabalha em Recife. Pesquisa o corpo em movimento em relação a diferentes dispositivos. Trabalha em perfomances, vídeos, instalações e intervenções urbanas, em colaboração com artistas de diferentes linguagens. Desenvolve experimentos que envolvem Arte e Tecnologia. 

Com a instalação Interativa Aires de Cambio junto a Leandro Olivan participou da Exposição Interactivos 2012 na Fundação Telefônica em Buenos Aires.Prática e explora diferentes maneiras de se movimentar. Estudou um mestrado em História da Arte da UNSAM-Universidad de San Martin, é pós -graduada em Arte Visuais-Linguagens Artísticos Combinados no UNA, é graduada em Artes Cénicas na UFPE. No ano de 2017 iniciou a sua formação como terapeuta corporal - BMC Body Mind Centering. Foi premiada com a Bolsa Funarte para Formação em Artes Cênicas 2016/2017 estudando no Centre Nacional de la Danse CND/Pantin na França e participou do Circuito Palco Giratório do SESC com as perfomances “Como manter-se vivo?” e “Contato Sonoro”.
 Flavia investiga o corpo em sua obsolescência programada em relação às gambiarras, os dispositivos analógicos em procedimentos de falha, erro e catástrofe.
Foi professora substituta na Licenciatura em Dança na UFPE. Trabalha como pesquisadora e facilita processos pedagógicos e de curadorias internacionais (Manta residência Argentina) Atualmente, investiga in vitro as bactérias no contexto insalubre da cidade do Recife :uma série de procedimentos de imagem e performance na luta contra os antibióticos. Realiza também a Performance Parlante “ Antilope” junto ao artista sonoro Yuri Bruscky. E insiste na distopia de hackear a existência.